A Lei Áurea, nada mais é do que uma lei sancionada, por Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II em 1888, que conseguiu extinguir a escravidão do Brasil.
Porém, o caminho até chegar as vias de fato foi tortuoso, e mesmo posteriormente causou consequências severas aos que foram beneficiados com a lei.
Vem com a gente descobrir mais sobre essa parte da história brasileira, em que contexto se deu essa situação, e sua reverberação anos mais tarde.
Cenário da época
Para entender como uma figura como a Princesa Isabel chegou a sancionar a lei que acabou com a escravidão na época, primeiro vamos entender um pouco do contexto anterior.
Durante a década de 1880, se sentia muito os ares da revolução em terras brasileiras, visto que uma parcela política liberal, vinha pressionando constantemente o governo regencial a declarar o fim da escravidão.
Anteriormente, outras leis visando a liberdade dos escravizados já haviam sido sancionadas, como a Lei dos Sexagenários (que dava liberdade à escravizados com mais de 60 anos), o tráfico já tinha sido proibido, assim como não era permitido manter escravizadas crianças nascidas no cativeiro.
Dessa forma, a ideia da abolição ia ganhando terreno.
O pai sai, entra em cena a filha
Ainda que favorável a abolição da escravidão, Dom Pedro II ainda segurava as rédeas para manter os ânimos entre liberais e conservadores.
Mas, devido a um agravamento em sua diabetes, Pedro II voltou à Europa para realizar um tratamento, e sua filha, Princesa Isabel, assumiu a regência do governo no lugar de seu pai.
Isabel, anos antes, já havia sancionado a Lei do Ventre Livre (1871), porém, agora, estava muito mais ligada ao movimento abolicionista.
Através de manobras políticas, entre elas o afastamento do Barão de Cotegipe, que era terminantemente contra a sanção da lei abolicionista, em 1888, Princesa Isabel conseguia enfim projetar e sancionar a Lei Áurea que levou a liberdade à milhares de escravizados.
Consequências
Da parte dos fazendeiros e latifundiários que perderam seus escravos, declararam-se contra o governo imperial, se juntando ao movimento republicano, instigado pela bancada militar que anos mais tarde derrubaria a família real do poder.
Os conservadores se sentiram satisfeitos, pois através da Lei Áurea não tiveram obrigação alguma de algum pagamento de indenização aos fazendeiros por parte do Estado, referente a perda de mão-de-obra escrava.
Aos ex-escravizados, restou um nada após sua liberdade. Mesmo livres do cativeiro, e do trabalho forçado, mais de 700 mil pessoas se viram sem emprego e sem destino em um país essencialmente preconceituoso e racista.
De duas uma: ou voltavam às fazendas para trabalhar e ganhar pouco, ou iam às cidades optar por situações de emprego extremamente precários.
Foram deixados à mingua, enquanto se abriam as portas para imigrantes europeus, com a desculpa de que os negros não tinham condições de se adaptar à realidade assalariada.
Já conhecia a história por trás da Lei Áurea? Se sim, deixe um UP nos comentários!